Sem alarde, a briga do PMDB com o governo por cargos (pelo que mais seria?) está entrando numa nova fase que poderá ser percebida com mais clareza nos próximos dias. Está mais para PMDB versus PMDB do que para PMDB versus governo Dilma. Tudo isso com a chancela do governo.
A chave para a mudança foi a percepção do governo, Antonio Palocci à frente, de que o PMDB que está estrilando, pelo menos neste momento, não é o de Michel Temer, Moreira Franco, Renan Calheiros, José Sarney, Eunício Oliveira e Geddel Vieira Lima.
Quem está acendendo o fósforo, segundo sacou o Palácio do Planalto depois de conversas e mais conversas com o sexteto elencado acima, são dois peemedebistas ruidosos, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha.
O tom do discurso agora é: “não tem crise com o PMDB; a tensão é com os dois Eduardos”. Do outro lado do ringue peemedebista, um dirigente do partido fustiga:
- Os dois não fazem parte da direção nacional do PMDB. Portanto, a briga com o governo não é nossa. É uma briga pessoal deles, dos Eduardos.
Como interessa ao Palácio do Planalto e à essa ala peemedebista, praticamente combinou-se entre que a dupla seria isolada. Não será fácil fazê-lo. Cunha e Alves têm na ponta da língua alguns postos para os quais querem nomear seus preferidos. Além do que já têm, Alves quer também a vice-presidência de crédito da CEF, uma diretoria do Bando do Nordeste e o comando do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Cunha quer Furnas e alguns postos em fundos de pensão.
É evidente que essa nova conformação só se sustentará se o governo efetivamente nomear quem Renan, Sarney & Cia pedirem mais à frente — e essa turma aceita esperar fevereiro para discutir outras nomeações. Uma delas, é a de Geddel Vieira Lima. A Embratur quase caiu nos seus braços. Henrique Alves foi mais rápido e puxou a cadeira de presidente para um afilhado.
Do contrário, essa turma que momentaneamente está apartada de Cunha e Alves voltará a se unir. E aí, como sempre, sai de baixo.
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