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Derrotas de Garibaldi e Henrique podem deixar família Alves fora da Câmara dos Deputados pela primeira vez em meio século

 

Os primos Garibaldi Alves Filho (MDB) e Henrique Eduardo Alves (PSB) tem diversos desafios na eleição deste ano. Ambos tentam se reerguer politicamente após derrotas políticas e judiciais, Henrique foi em junho de 2017 preventivamente preso pela Polícia Federal por fraude na construção do estádio Arena das Dunas, tendo em maio de 2018 ido para prisão domiciliar, e dois meses depois liberado pela justiça para responder o processo em liberdade, e Garibaldi perdeu vaga ao Senado em 2018. Os primos têm outro desafio: impedir que a Câmara dos Deputados fique sem um membro da família Alves em 52 anos, ou seja, pela primeira vez desde 1970.

Atualmente Walter Alves (MDB), filho de Garibaldi, ocupa a função de deputado federal, eleito em 2014 e reeleito em 2018. Mas ele não tentará reeleição, o que fará o pai Garibaldi (senador por dois mandatos) tentar “herdar” a sua vaga. 

Paralelamente, o primo Henrique, que saiu do MDB após rompimento de Garibaldi e Walter, foi acolhido no PSB do deputado Rafael Motta e tentará voltar à casa onde esteve por onze mandatos e chegou a presidir entre 2013 e 2015.

Pela cronologia, a Câmara dos Deputados teve como primeiro Alves na Casa o patriarca Aluízio, eleito pela primeira vez em 1945, tendo participado da Assembleia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição setembro de 1946. Aluízio foi reeleito em 1950, 1954 e 1958, até que em 1960 foi eleito governador do Rio Grande do Norte. Após seu governo, conseguiu o quinto mandato de deputado federal em 1966. Contudo, em 1969, período mais tenso da Ditadura Militar, teve seu mandato cassado após o AI-5 sob a acusação de corrupção sendo indiciado em um processo que foi arquivado em fevereiro de 1973. Em 1970, Aluízio conseguiu eleger o filho Henrique, então com 22 anos, para seu lugar na Câmara Federal.

A partir daí, Henrique foi deputado federal por onze mandatos consecutivos (44 anos), não tentando reeleição em 2014 para tentar o governo do Estado, perdendo a eleição para Robinson Faria e ficando, portanto, sem mandato. Reeleito, Walter Alves continuou a trajetória da família no Legislativo federal.

DESAFIOS

Para Henrique e Garibaldi retornarem a Brasília, os desafios serão grandes. Henrique sabe que no PSB a tendência é o partido fazer apenas uma cadeira de federal e que o favorito à vaga é justamente o presidente estadual da sigla e atual deputado Rafael Motta, que teve 82.791 votos em 2018.

Já Garibaldi possivelmente será o mais votado do MDB, contudo a nominata do partido parece ter poucos nomes de peso eleitoral, em pleito cujo quociente eleitoral para eleger uma cadeira na Câmara deverá ficar entre 200 mil e 220 mil votos. Para ideia de comparação, Walter Alves em 2018 teve 79.333 votos, sendo apenas o sétimo mais votado.

WALTER VICE

A família Alves poderá sair da eleição fortalecida se a governadora Fátima Bezerra (PT), que lidera as pesquisas, for reeleita tendo Walter como vice-governador com chances reais de assumir o governo em 2026, se Fátima tentar candidatura ao Senado, como se especula. Ainda assim a ausência de um membro da família na Câmara Federal após meio século, ou até mais, se não considerarmos os hiatos de Aluízio quando ocupou o governo e quando cassado, tem simbolismo político e histórico.

Fonte: Saiba Mais 

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