A pesquisa que levou o Consórcio Nordeste a empresa Hempcare para a compra de respiradores foi feita pela Secretaria de Saúde do Governo da Bahia. A revelação é do próprio secretário executivo do Consórcio Nordeste, o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. A compra, como se sabe, causou um prejuízo de R$ 48 milhões aos nordestinos, que pagaram pelos produtos no auge da pandemia e jamais receberam nenhuma peça. 

"Houve uma pesquisa. O Consórcio não participou do processo porque não tinha estrutura, então fizemos um convênio com o Governo da Bahia que fez a pesquisa e chegou a essa empresa. Nos foi dito que ela tinha histórico de fornecimento e foi selecionada por preço, ter pronta entrega e ter apresentado as melhores condições. Tudo isso está no processo", disse Carlos Gabas durante entrevista concedida ao programa Foro de Moscow no youtube.

Gabas acrescentou ainda que o Consórcio acredita na possibilidade de recuperar o dinheiro gasto, que bens dos suspeitos foram bloqueados e que o processo continua correndo sob a investigação da Polícia Federal, Ministério Público e Superior Tribunal de Justiça.

A Hempcare é uma empresa especializada na venda de produtos à base de cannabis e jamais havia firmado contrato tão alto ou comercializado qualquer equipamento semelhante aos respiradores para UTIs.

Na semana passada o ex-ministro preferiu se manter em silêncio durante seu depoimento na CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Na mesma entrevista, Gabas revelou que preferiu se calar após ser comunicado que seria ouvido como investigado e não como testemunha.