Olho D'água do Borges/RN -

Greve ‘judicializada’ esvazia escolas em Natal

O pedido de ilegalidade da greve dos professores da rede estadual de ensino, que chegou apenas ao seu segundo dia hoje, já foi enviado à Procuradoria Geral do Estado, que está procedendo com os trâmites legais. Enquanto a Secretaria de Estado da Educação (Seec) tenta interromper a paralisação por tempo indeterminado dos professores, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte/RN) continua visitando as escolas no município de Natal que estão em estado probatório para convocar mais profissionais a se juntarem à categoria.

De acordo com a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso, o discurso da secretária Betânia Ramalho sobre o “pequeno número de adesão à greve é ilusório”.  “Ela está tentando desviar o foco da nossa pauta. Além de dizer que há uma motivação política na paralisação, declara que apenas 20% das escolas estaduais em Natal aderiram à greve. Isso é ilusório. Se realmente fosse esse número, eu iria confirmar os dados e cancelar imediatamente a greve”, afirmou.

A líder sindical disse ainda que não conseguiu visitar todas as 121 escolas da rede estadual existentes em Natal para averiguar a realidade de cada uma delas. Entretanto, de ontem para hoje já foram visitadas 58 escolas. Dessas, 90% estão com os portões fechados. “Vamos dar continuidade a essas visitas para chegar a um número final. O que nós já sabemos é que os municípios de Caicó, Macau e Currais Novos também estão em greve na Educação”, disse Fátima Cardoso.

“Betânia dizer que tem pouca gente aderindo é um discurso normal de todo gestor que quer derrotar uma categoria forte. Estou desafiando a secretária de todos os jeitos. Ela devia consultar melhor seus auxiliares antes de divulgar alguma coisa”, destacou a professora aposentada e sindicalista.

O JORNAL DE HOJE visitou, esta manhã, três escolas de referência no ensino público para verificar a situação dos professores e alunos. Na Escola Estadual Governador Walfredo Gurgel, em Candelária, o vice-diretor declarou que apenas o turno noturno de aulas está funcionando dentro da normalidade. “Os alunos que estudam à noite representam um índice alto de baixa frequência e, por isso, os professores resolveram não paralisar para não prejudicar mais o aprendizado deles”, disse Valmir Lopes.

Perguntado sobre quais seriam os danos dessa greve para mais de 1.250 alunos matriculados na escola, Valmir disse há situações em que os estudantes são mais prejudicados. “É certo que há prejuízo ao aprendizado desses alunos e que teremos que reorganizar o calendário letivo. Porém, os alunos também são prejudicados de outras maneiras, como na falta de transporte escolar, falta de segurança, problemas na estrutura física da escola e infiltrações, por exemplo. Ninguém faz greve por brincadeira”, afirmou.

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