Olho D'água do Borges/RN -

Toca pra diante

A governadora Fátima Bezerra (PT) adotou o estilo “deixa a vida me levar” nos dois temas polêmicos do momento: reforma da Previdência estadual e o reajuste de 12,84% dos professores da rede estadual de ensino. Vai deixar as coisas acontecerem, para depois ver o que pode ser feito com o que sobrou do debate. Como a prestação de contas com a população só acontecerá em 2022, o tempo sopra a seu favor.

No caso da reforma da Previdência, a governadora se preocupa pouco. Ela conta como certa a aprovação do texto original que encaminhou à Assembleia Legislativa. Não vê, com razão, uma oposição articulada capaz de alterar o texto e/ou impedir a sua aprovação, por mais amarga que seja a reforma.

O governo se articulou bem com apoio do presidente da ALRN, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB). Emplacou o presidente e o relator da comissão especial da reforma da Previdência, além dos outros três membros. Trocando em miúdos, a ordem de não alterar o texto será cumprida, ou seja, é nula a chance de aprovação de alguma emenda.

É o sentimento nos gabinetes e no plenário do Palácio José Augusto, exposto pelo deputado Sandro Pimentel (Psol): “Já sabemos que a ordem do Governo é que a proposta enviada chegue ao Plenário virgem, sem qualquer emenda no seu texto”, queixou-se, dia passado.

No plenário, a oposição, com uma ou outra exceção, votará pela aprovação do texto, com discurso que trata-se de um mal necessário. O deputado Kelps Lima (Solidariedade), que se diz ferrenho adversário do governo Fátima, já antecipou o seu voto pelo “sim”.

Portanto, o governo não tem o que se preocupar. A reforma da Previdência será aprovada com todas as vÍrgulas e pontos. Sobrará o barulho dos servidores públicos, tímido, que se diga, em virtude de parte das entidades sindicais se ajoelharem diante da governadora-ex-sindicalista.

Quanto À greve dos professores, a governadora decidiu pagar para ver. Vai esticar a corda, deixar o movimento ir até perder fôlego, isso, claro, se antes não pedir na Justiça a ilegalidade do movimento, como fez em 2019 com a paralisação dos servidores da saúde. Fátima não teme o confronto e sabe onde apertar os ex-companheiros, tem experiência de sobra para levar a estratégia adiante.

Quem não deve gostar são os petistas que pretendem disputar as eleições municipais deste ano, que vão - inevitavelmente - absorver o desgaste político do momento. Não tem como fugir, são os “ossos" do ofício.

De resto, a governadora Fátima vai continuar com a sua pipoquinha Bokus, assistindo da rampa da Governadoria o circo da Assembleia Legislativa, com espetáculo a seu favor.
Como diria do alto de sua sapiência Jairo Paiva: “Toca pra diante".

Fonte: Cesar Santos

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