No Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, cirurgias
ortopédicas marcadas para esta terça-feira (19) foram suspensas sem aviso
prévio. Os acompanhantes dos pacientes que seriam operados foram informados que
o cancelamento ocorreu por falta de material fornecido pela empresa prestadora
de serviços à Secretaria Estadual de Saúde.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que realizou uma
reunião com a empresa prestadora para retomar o fornecimento dos insumos
necessários às cirurgias.
Sobre a paralisação dos terceirizados, a Secretaria disse
que a transferência dos valores foi realizada na segunda-feira (18) e que os
funcionários devem receber os salários ainda nesta terça-feira, o que deve
permitir a retomada dos serviços de limpeza e outros setores do hospital.
Pacientes relatam espera
Milena Medeiros, que acompanha o marido internado há oito
dias após um acidente de moto, contou que foi informada do cancelamento somente
na hora do procedimento. Ela mora em Carnaúba dos Dantas.
“Ele já estava todo pronto para ir para a sala de
cirurgia. Chegou a hora e disseram que a cirurgia foi cancelada porque não tem
material para o procedimento e nem para limpeza. A gente está aqui sem material
de limpeza e também sem alimentação”, relatou Milena.
Rayane Carvalho, outra acompanhante, explicou que o
ex-marido de 72 anos está internado após um acidente doméstico e precisa ser
operado. Ela afirmou que o paciente, que apresenta comorbidades, deveria ter
prioridade.
“A situação aqui não está muito boa para mim. Tenho
quatro meninos e deixei com minha mãe para cuidar do meu ex-marido. Ele está
ansioso e a cirurgia dele não sai. É complicado”, disse Rayane.
Outros pacientes relatam problemas semelhantes. Thales
Silva acompanha um amigo internado após fraturar o braço. A cirurgia dele
continua marcada para a tarde desta terça-feira, pois ainda há material
disponível.
No entanto, Thales destacou a situação de outros
pacientes e criticou as condições de higiene do hospital.
“A gente mesmo tem que limpar os leitos e banheiros,
porque não há pessoal para isso. Também falta alimentação para os
acompanhantes, que precisam pedir ajuda ou dividir o que resta dos pacientes”,
relatou Thales.
A paralisação dos funcionários terceirizados, que inclui
serviços de limpeza, maqueiros e cozinha, começou no fim de semana devido a
salários, vale-alimentação e férias atrasadas.
Pacientes e acompanhantes dizem que a falta de pessoal
impacta diretamente a rotina no hospital, com atraso de cirurgias e
dificuldades básicas de higiene e alimentação.
Com informações de G1-RN
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