As exportações do pescado potiguar para os Estados Unidos
caíram 80% desde a entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelo presidente
americano Donald Trump sobre as exportações brasileiras. De acordo com o
presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (Sindipesca), Arimar França
Filho, apenas 20% do volume antes destinado ao mercado norte-americano continua
sendo exportado. Além disso, metade da frota potiguar de navios de pesca de
atum está parada. Diante desse cenário, empresas e entidades representativas se
mobilizam para evitar demissões e manter a produção.
“Um pequeno percentual, em torno de 20%, continua sendo exportado para os Estados Unidos. Do que era feito normalmente, em torno de 300 toneladas, hoje não chega a 50. Parte da taxação é absorvida pelo comprador, parte pela indústria”, explica. Essa porcentagem que continua sendo comercializada está sendo viabilizada através de negociações diretas entre as empresas, segundo Arimar, que afirma ainda que até o momento não houve demissões no setor, apenas férias para parte dos trabalhadores.
As exportações gerais do RN para os EUA registraram queda de 74% entre julho e agosto deste ano, despencando de US$ 6,25 milhões para US$ 1,62 milhão, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O impacto foi sentido principalmente na pesca e no sal, segmentos que comercializavam fortemente ao mercado norte-americano. As tarifas de importação de 50% impostas pelos EUA sobre o Brasil entraram em vigor no dia 6 de agosto.
Segundo o presidente do Sindipesca-RN, a expectativa é que o Plano Brasil
Soberano seja regulamentado rapidamente, garantindo acesso ao crédito e o
compromisso de preservar empregos no setor. Arimar França também destaca a
importância da abertura do mercado europeu como alternativa para mitigar os
impactos “A Europa é importantíssima. A gente esteve em Brasília semana
passada, se reuniu com o vice-presidente Alckmin, pediu agilidade. A parte
técnica já está encaminhada, mas o que precisa é uma força política”,
considera. Até o momento, não há previsão de corte de trabalhadores ou
suspensão de contratos na indústria pesqueira.
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