O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores
Estaduais (Ipern), Nereu Linhares, afirmou
que o instituto enfrenta déficit desde que foi fundado. Em entrevista ao
programa Repórter 98, da rádio 98FM Natal, nesta terça-feira (30), Nereu
Linhares contou que o déficit de R$ 54,3 bilhões não foi construído em cinco
nem em dez anos. “Não foi constituído da noite para o dia. Eu diria que ele
começou a ser constituído com a criação do próprio Instituto”, ressaltou o
presidente.
Nereu Linhares, afirmou que os servidores inativos já
representam 52% da folha de pagamento do estado. As declarações foram
concedidas durante o programa Repórter 98, da 98 FM Natal, nesta terça-feira
(30). O dado mostra que o Estado possui mais trabalhadores aposentados ou
pensionistas do que contribuintes para a Previdência. Segundo Linhares, essa é
uma das explicações para o rombo previdênciário do RN, que atingiu a marca
de R$ 54,3 bilhões.
Segundo ele, a estrutura previdenciária potiguar enfrenta
um grave desequilíbrio, resultado da inversão da chamada “pirâmide
previdenciária”.
Segundo Nereu, a formação do déficit começou com a
expansão dos benefícios oferecidos pelo Ipern além de sua finalidade original.
“O instituto foi criado para pagar pensão, auxílio-natalidade, auxílio-funeral
e auxílio-reclusão. A aposentadoria ficou a cargo do Tesouro”, detalhou.
Além desses benefícios, foram incluídos programas de construção de imóveis, assistência clínica e até empréstimos financeiros aos servidores, como o antigo “crédito natalino”, um tipo de 14º salário.
O presidente explicou que entre 2014 e 2018 o déficit,
que era de cerca de R$ 500 milhões, passou para R$ 1,6 bilhão, o que significa
que praticamente triplicou. No entanto, após esse período, o débito passou a
crescer de forma gradual até atingir os atuais R$ 54,3 bilhões, refletindo
tanto a estrutura histórica de concessão de benefícios quanto decisões
administrativas das gestões anteriores.
O presidente explicou que parte do problema também está
ligada à extinção do Fundo Previdencial em 2014. Entre 2006 e 2014, o fundo
acumulou cerca de R$ 1 bilhão em contribuições, mas esse montante acabou sendo
utilizado para cobrir déficits de outros grupos, decisão que, na visão de
Linhares, contribuiu para agravar a situação.
98FM
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