Nenhum outro nome indicado para um dos 39 ministérios do
governo Dilma Rousseff foi escolhido tão estrategicamente quanto o novo
ministro da Educação, anunciado nesta sexta-feira (27). Em meio a
denúncias graves de corrupção, a presidente elegeu o professor de ética da USP,
Renato Janine Ribeiro, 65, para o cargo. Uma tacada de mestre.
Explico.
Renato Janine não é ligado a nenhum partido e não assume uma
postura favorável ao governo. E ensina nada menos do que ética. Há pouco
mais de uma semana, Janine, como é conhecido, deu uma ampla entrevista à
revista “Brasileiros” na qual acusava o governo petista de transformar a
inclusão social em um grande projeto de consumo. Nesta semana, publicou um
artigo na Folha sobre
a crise política atual intitulado “Tem razão quem se revolta”. Pois é.
Com a
escolha de Janine após a saída desastrosa de Cid Gomes, que ficou três meses no
cargo, Dilma sinaliza uma preocupação com o debate ético no seu governo. Mais
ainda: coloca um nome técnico, e não partidário, na pasta que, conforme ela
própria declarou, é a mais importante do seu mandato e da “pátria educadora”.
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