Olho D'água do Borges/RN -

Supremo concederá novo julgamento a 12 réus do processo do mensalão

Responsável pelo voto que desempatou o julgamento, garantindo uma segunda chance para 12 condenados por envolvimento com o mensalão, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, afirmou ontem que os juízes da Corte têm de ser imparciais e não devem se expor às pressões do clamor popular. Segundo ele, cabe ao tribunal garantir um julgamento justo para todos os réus, independentemente de sua condição social, política ou econômica. “O dever de proteção das liberdades fundamentais dos réus, de qualquer réu, representa encargo constitucional de que este Supremo Tribunal Federal não pode demitir-se, mesmo que o clamor popular se manifeste contrariamente, sob pena de frustração de conquistas históricas que culminaram, após séculos de lutas e reivindicações do próprio povo, na consagração de que o processo penal traduz instrumento garantidor de que a reação do Estado à prática criminosa jamais poderá constituir reação instintiva, arbitrária, injusta ou irracional”, disse Celso de Mello.


Em seu voto, Celso de Mello fez uma análise histórica do direito dos réus a propor os chamados embargos infringentes e concluiu que pelas regras em vigor o STF não poderia negar aos acusados a garantia a uma nova análise das condenações nas quais eles conseguiram pelo menos quatro votos absolutórios. 

No longo voto, que consumiu mais de duas horas, Celso de Mello deu recados para colegas de tribunal. Ele iniciou sua manifestação afirmando que “independentemente da causa” teve um “efeito virtuoso” o fato de a sessão do Supremo ter sido encerrada na última quinta-feira quando o placar estava empatado em 5 a 5 e faltava apenas o voto dele. A providência fez com que Celso de Mello passasse o final de semana na mira do clamor popular.

O ministro disse que estava com o voto pronto e com a convicção formada. “O encerramento da sessão do dia 12 de setembro, quinta-feira, independentemente da causa que o motivou, teve, para mim, senhor presidente, um efeito virtuoso, pois me permitiu aprofundar, ainda mais, a minha convicção em torno do litígio ora em exame e que por mim fora exposta no voto que redigira - e que já se achava pronto - para ser proferido na semana passada.”


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