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Novos trechos de relatório do Coaf aumentam pressão sobre família Bolsonaro

Às vésperas de sua estreia internacional, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente Jair Bolsonaro vê seu constrangimento aumentar em solo nacional. Novos trechos de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) lançam mais suspeitas sobre seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro, que na última quinta-feira conseguiu que o Supremo Tribunal Federal paralisasse as investigações relacionadas a seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Documento divulgado neste sábado pelo Jornal Nacional aponta que Flávio fez um pagamento de 1.016.839 de reais de um título bancário da Caixa Econômica Federal. E, neste domingo, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, revela que Queiroz movimentou ao longo de três anos sete milhões de reais.

As informações aprofundam uma crise de um Governo que até o momento se silencia em explicar  as suspeitas. Na última sexta-feira, um dia depois de Flávio ter conseguido a vitória no Supremo e ter dado uma entrevista à TV Record em que se defendia por ter buscado o foro privilegiado e acusava o Ministério Público do Rio de Janeiro de ter quebrado seu sigilo irregularmente, o JN já havia divulgado outro trecho do mesmo relatótio. Ele identificou uma série de depósitos parcelados em dinheiro vivo na conta do então deputado, entre junho e julho de 2017. Foram 48 depósitos, todos no mesmo valor: 2.000 reais, somando 96.000 no total. De acordo com o documento, Flávio e Queiroz têm registros de operações bancárias muito parecidos: os depósitos e saques eram feitos em caixas de autoatendimento dentro da Assembleia Legislativa do Rio, (Alerj), as operações eram em espécie e os valores eram fracionados.

A nova revelação sobre o pagamento do título de pouco mais de um milhão de reais não traz maiores detalhes. De acordo com o jornal, o beneficiário do dinheiro não foi identificado. Já o colunista Lauro Jardim, que afirma que o Coaf "sabe muito mais do que já foi revelado" sobre o caso Queiroz, diz que além do 1,2 milhão de reais movimentados entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 - estopim da investigação, iniciada em dezembro passado - passaram pela conta corrente do ex-assessor outros 5,8 milhões nos dois anos anteriores. Ou seja, no total, Queiroz movimentou 7 milhões de reais em três anos. A suspeita do Ministério Público do Rio é de que funcionários da Alerj devolviam parte de seus salários ao então deputado. O órgão pediu ao Coaf para ampliar o levantamento sobre eles.

Até o momento, nem Flávio, nem o presidente se manifestaram sobre as novas revelações deste final de semana. E, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a coletiva de imprensa que Jair Bolsonaro concederia em Davos desapareceu da programação oficial do Fórum Econômico Mundial, que começa nesta semana. A entrevista tinha sido incluída pelos organizadores do evento em seu site oficial. No entanto, não aparece mais na agenda prevista para esta terça-feira (22).

Fonte: El País

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