Olho D'água do Borges/RN -

Efeitos do El Niño serão os mais fortes em duas décadas


Relatório da Gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) indica que as atuais condições do fenômeno El Niño - caracterizado pela elevação da temperatura do Oceano Pacífico e responsável pela circulação das aguas superficiais -, devem permanecer, segundo as previsões mais otimistas, pelo menos até o início da estação do outono de 2016, o que poderia comprometer o começo do período chuvoso entre meados de fevereiro e início de março e até o fim de maio do próximo ano. 

O gerente de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, disse que o El Niño “está bastante evidente, com a anomalia na temperatura das águas do Oceano Pacífico superando os 3 graus, mas  não é possível, ainda, ainda, estabelecer uma previsão com alto grau de acerto para o período chuvoso de 2016. 

Gilmar Bristot  afirmou que existe algumas variáveis que começam a apresentar uma tendência entre dezembro de 2015 e janeiro do próximo ano. “A gente podia fazer uma previsão em parte, dizer que se essa condição do Oceano Pacífico continuar nos próximos meses com uma anomalia entre 2 e 3 graus positivos, evidenciando o El Niño, o período chuvoso de fevereiro a maio estaria comprometido, e poderia apresentar chuvas novamente abaixo do normal, igual ao que tem acontecido nos últimos quatro anos, tanto na distribuição temporal como espacial”. 


A Emparn deve divulgar novo relatório, relativo à segunda quinzena de outubro, mas Bristot disse que as condições termodinâmicas analisadas nas últimas semanas, referentes aos oceanos Pacíficos e Atlântico, mostram que o fenômeno El Niño é considerado um dos mais intensos da história, comparado ao evento 1997/1998, quando o período chuvoso no semiárido da região Nordeste do Brasil apresentou índices pluviométricos bastantes baixos. 


Segundo o relatório da Emparn, o evento do El Niño, por duas vezes já apresentou valores máximos este ano, a primeira em meados de agosto e agora no começo de outubro. “O que se observa nesse momento, é que o Centro de Alta Pressão do Pacífico Sul tem se intensificado nessas últimas semanas e influenciado no aumento do vento alísio de sudeste, promovendo um maior movimento da água superficial de leste para oeste e diminuindo a intensidade do El Niño”, aponta o documento.

De acordo com o relatório da Emparn, o monitoramento no decorrer de outras semanas é que indicará o comportamento das águas superficiais do Pacífico. Pelo lado do Atlântico, não se tem informações relevantes, até a semana passada, que possam influenciar no próximo período chuvoso. 

Bristot explicou que o El Niño nessa época do ano “não tem muita importância em relação ao  Nordeste”, porque esse período normalmente não é de chuvas na região nordestina, mesmo sendo ano de seca ou de inverno. “Mesmo se tivesse ou não tivesse El Niño, a situação era a mesma, porque não existe nesse período do nao condições de estabilidade e parâmetros que possa trazer chuvas nesses últimos meses do ano”.

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