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Isolda Dantas: Bônus versus ônus

O leitor pergunta se é verdade que a deputada estadual governista Isolda Dantas (PT) está apoiando a greve dos professores, iniciada oficialmente nesta segunda-feira, 9.
Não, não é verdade.

A parlamentar, que tenta evitar o desgaste político de apoiar o Governo do Estado, chegou a afirmar ao jornalista Saulo Vale que estava a favor da greve dos professores, porém, sem revelar de que forma apoia o movimento.

Na verdade, a deputada apenas jogou com as palavras. Apoio efetivo, nenhum.

Por exemplo: Isolda não disse que os professores estão sendo castigados pelo Governo do Estado, que ofereceu uma proposta de implantar o novo piso salarial do Magistério em três parcelas que terminam em dezembro e o retroa-tivo em 24 meses.

Imagine se fosse feita por um governo adversário, e se realmente a petista estivesse apoiando os professores, o que ela diria de uma proposta, digamos, tão esdrúxula. No minimo, no mínimo, estaria gritando “golpista".

No ano passado, quando a prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP), deu 3,75% de reajuste salarial a todos os servidores públicos, de forma linear, Isolda soltou os cachorros para cima da gestão municipal, porque o reajuste do piso dos professores era de R$ 4,17%.  Ou seja, por uma diferença de 0,42% Isolda atacou  a gestão municipal, afirmando que era um desastre, golpista e que massacrava os professores municipais.

Agora, com Fátima propondo implantar reajuste estilo Casas Bahia, em até 24 parcelas (retroativo), a deputada governista faz de conta e não emite uma opinião capaz de contrapor ao governo.

A situação da petista fica ainda mais delicada porque, em Mossoró, onde ela pretende disputar a Prefeitura, a prefeita Rosalba anunciou o pagamento dos 12,84% de reajuste dos professores de uma só vez e já na folha de março, que também trará os valores do retroativo a janeiro, conforme a proposta encaminhada à Câmara Municipal de Mossoró, que deve ser aprovada nesta semana.

Bom.
Ser governista ou oposicionista, é uma opção que o político faz. E qualquer uma das opções traz bônus e ônus. O governista usufrui das coisas positivas, ocupa espaços, indica para cargos públicos. Esse é o bônus. Por outro lado, absorve as coisas negativas do governo. O oposicionista tem como bônus a força do discurso de apontar o que está errado, faz críticas e, por consequência, se fortalece politicamente. O ônus é que não pode usufruir das coisas boas que o governo oferece.

Isolda Dantas, que é a personagem do comentário, já viveu os tempos de oposição. Discurso forte, críticas ao governo, defesa do trabalho. Hoje é governista. Ganhou dezenas de cargos, controle do programa do leite em Mossoró e outras bondades. Por consequência, perdeu o discurso forte, abandonou bandeiras históricas e é afetada pelo desgaste de um governo sofrível.

 Fonte: Cesar Santos.


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