Esta brincadeira vem sendo feita por neopetistas e
aqueles mais históricos, com um pensamento um pouco mais além da mera
militância apaixonada nas redes sociais. Em conversas reservadas, eles
demonstram apreensão com a possibilidade de Fátima Bezerra administrar o Rio
Grande do Norte, a partir de 2018. A questão é que, em 2019, teremos o
maior ajuste fiscal da história. Todas as medidas de contenção e de ajuste
feitas por Robinson Faria precisarão ser aprofundadas. Quem raciocina levando
em consideração os números, sabe que não existirá espaço para retórica
esquerdista.
A partir de 2019, por exemplo, será impossível manter a alíquota de recolhimento previdenciário em 11%, como é hoje. A maioria dos
Estados já aumentou para 14% e aqui uma movimentação já foi tentada, mas o
próprio PT, através de seus sindicatos, se opôs a medida. O RN tem um rombo
anual de 1,3 bilhão por déficit previdenciário, pouco mais de 10% de todo o
orçamento. O Rio Grande do Norte tem praticamente um inativo para um servidor
na ativa. A conta simplesmente não fecha. É apenas um dos abacaxis a descascar.
Virão muitos outros. Com a deterioração das contas públicas, será impossível
conceder aumentos salariais, planos de cargos e expandir a Uern. A última ação,
estapafúrdia, é promessa histórica do PT.
Em resumo, o aprofundamento do ajuste será ação
inescapável e os petistas articuladores de Fátima Bezerra sabem disso. Caso
eleita, ela teria de defender tudo o que criticou nos últimos anos e o próprio PT
vem atacando como melhoramento das contas públicas este ano. O deputado
estadual Fernando Mineiro, através dos sindicatos petistas, foi quem mais
gritou contra o ajuste proposto pelo governador em exercício Fábio Dantas. O
que dirá quando tiver ele mesmo de levar o pacote em 2019 com cortes ainda mais
enérgicos?
O potencial de esfacelamento da base sindical, principal
sustentáculo político e financeiro do projeto de poder do PT no RN, é real. O
medo é justificado.
Fonte: O Potiguar
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