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Jornal português diz que Moro passou de superministro a miniministro

Num intervalo de dois meses, ex-juiz perde força na opinião pública por causa da Vaza Jato, sofre derrotas no Congresso, é atropelado no Supremo e vê os seus ímpetos reprimidos pelo próprio Bolsonaro.

Os noticiários de todas as televisões e rádios e as manchetes de todos os jornais anunciaram na última quinta-feira a aprovação pela Câmara dos Deputados, na madrugada anterior, de um projeto contra o "abuso de autoridade" que pune com detenção, de um a quatro anos, os juízes que se decidirem pela prisão preventiva sem amparo legal ou que realizem escutas não autorizadas. 

Um deputado do PT sugeriu chamar-lhe lei Cancellier, em homenagem ao reitor Luiz Cancellier, que se suicidou depois de ter sido preso sem provas na Lava-Jato. Mas também poderia chamar-se lei Sérgio Moro, já que pareceu redigida de maneira a contrariar o ex-juiz da operação, que de superministro da Justiça, no início do mandato de Jair Bolsonaro, se parece a cada dia que passa mais com um miniministro.

Segundo a maioria dos observadores, os deputados teriam aproveitado a Vaza Jato, conjunto de reportagens do site The Intercept Brasil que revelou trocas de mensagens comprometedoras entre Moro e procuradores do Ministério Público, para retaliar o poder judicial em geral e a Lava-Jato em particular. Uma percepção que o presidente da Câmara dos Deputados se apressou a desmentir: "Não há revanche: este texto é um texto que atinge, de forma democrática, todos aqueles que, revestidos de um cargo público, podem cometer algum crime de abuso de autoridade, incluindo eu mesmo", disse Rodrigo Maia.

O projeto contra o "abuso de autoridade" ganha ainda mais relevância por se juntar a outras iniciativas recentes do poder legislativo que enfraqueceram Moro. O "pacote anticrime", seu maior cavalo de batalha ao longo de dez meses de governo, já foi esvaziado e ainda deve ser rejeitado em votação na Câmara dos Deputados em breve.

A esse propósito, o presidente Jair Bolsonaro, que seria à partida o maior avalista do ministro, em vez de o defender recomendou-lhe "paciência". "O ministro Moro é da Justiça mas ele agora não julga mais ninguém, entendo a angústia dele em querer que o pacote dele vá para a frente, mas nós temos de combater o desemprego, fazer o Brasil andar, abrir o nosso comércio", afirmou ao justificar as prioridades do seu governo no Congresso. As derrotas que o pacote anticrime vem sofrendo, continuou o presidente, "são parte do jogo, é preciso saber jogar".

Noutra ocasião, já depois de uma reunião entres ambos que a imprensa noticiou como "tensa", sublinhou que é ele "o técnico da equipa de futebol" e que o ministro é apenas "um jogador, um jogador que dá sugestões". Segundo a rádio CBN, Moro aconselhara a nomeação de Deltan Dallagnol, chefe dos procuradores da Lava-Jato, para o cargo de procurador-geral da República, mas ouviu um "não".

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