O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou,
na noite desta segunda-feira, que não pode “botar a mão no fogo” pela inocência
do presidente em exercício Michel Temer sobre suposta conivência com o esquema
de corrupção na Petrobras. “Não posso botar a mão no fogo, até porque não
conheço bem as relações dele”, disse Delcídio, ao participar do programa Roda
Viva, da TV Cultura.
Questionado
sobre a indicação de Jorge Zelada para diretoria Internacional da Petrobras,
atribuída em delações premiadas da Lava Jato a Temer, Delcídio pontuou,
contudo, que não pode saber se o peemedebista tinha ciência dos desvios de
Zelada no cargo.
“Quando você indica alguém pro governo, não quer dizer que
indicou alguém pra roubar. Às vezes, você indica alguém que tropeça,
lamentavelmente isso acontece nos governos”, ponderou Delcídio. “Prefiro
acreditar que ele (Temer) tenha endossado a indicação da bancada (do PMDB), mas
vejo com muitas preocupações o que vem por aí.”
Delcídio
admitiu que errou ao ter, segundo sua versão, aceito a pressão do ex-presidente
Lula e da presidente afastada Dilma Rousseff para tentar obstruir a Justiça ao
tentar interferir nas investigações da Lava Jato. Delcídio foi preso depois de
ser flagrado em áudio tentando ajudar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró
a fugir do País. “Acabei cometendo esse deslize e fui efetivamente denunciado
por obstrução da Justiça. Quero destacar, é uma falha grave pela qual que me
desculpei, não deveria ter feito isso. Agora, não fui acusado por roubo, desvio
de dinheiro, conta no exterior”, afirmou.
O senador cassado
negou reiteradamente ter se beneficiado pessoalmente de recursos desviados no
petrolão, como apontado em delações como de Cerveró e de Fernando Baiano,
considerado o operador do PMDB no esquema de desvios. Segundo Delcídio, após
passar pro procedimentos de depoimeitos “rigorosíssimos”, ele “passou a limpo”
tudo que se dizia sobre ele. “Não me beneficiei, isso ficou muito claro”.
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