Olho D'água do Borges/RN -

Educação Básica: No Rio Grande do Norte, 75% das escolas não atingem metas


No momento em que estados e municípios vivem a expectativa de uma nova avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em novembro, um estudo encomendado pelo jornal Estadão, à consultoria Meritt Educacional, revela queda no desempenho dos alunos em duas edições consecutivas - 2011 e 2013 - do Ideb. No Rio Grande do Norte, pelo menos sete municípios registraram piora acentuada e estão longe das metas estabelecidas pelo MEC. Especialistas em educação defendem que o resultado reflete não apenas falta de recursos, mas problemas de gestão e falta de planejamento.

O levantamento divulgado ontem,  considera os anos finais do ensino fundamental. A piora foi verificada em 294 municípios de todo o país e em 159 redes municipais de ensino indicou uma tendência a declínio, com os números inferiores aos registrados em 2009. SP lidera o ranking. O Ideb é realizado a cada dois anos. 

Areia Branca, Arês, Coronel Ezequiel, Itajá, Felipe Guerra, Lajes Pintadas e Rodolfo Fernandes, apresentam  recuo médio de -0,6, a cada ano, em relação a avaliação anterior, segundo o estudo. Estes municípios não atingiram a meta nas últimas três edições. Além do mau desempenho, estas sete  cidades têm em comum o IDH – índice de desenvolvimento humano - classificado como médio (de 0,604 até 0,694). 

Os  repasse do Fundeb   - parcela de recursos destinadas à educação (repasses federais de FPM e contribuição de tributos estaduais e municipais) destinadas a estas prefeituras variam de R$ 2 milhões a cerca de R$ 8 milhões. Em 2013, o Fundeb foi de R$ 7,9 milhões para Areia Branca, R$ 7,2 milhões para Arês, enquanto Coronel Ezequiel recebeu R$ 2,2 milhões, segundo dados do Tesouro Nacional.

Sem citar a realidade dos municípios, individualmente, e admitindo que o financiamento da educação ainda é baixo, a pedagoga e diretora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (Ide), Claudia Santa Rosa, frisa que o mau desempenho ultrapassa a questão de recursos financeiros. “É mais um problema de gestão. Há dificuldades, desde o MEC até a escolinha no interior, de planejar, executar bem e avaliar”, afirma.

Ela defende, além da destinação de 10% do PIB e royalties do petróleo para educação, um plano nacional de gestão da educação que contemple a qualificação e valorização do professor, um plano pedagógico mais coerente, as condições da escola (salas, laboratórios, bibliotecas) e das áreas de convivência. 

“O trabalho não deve ser focado só na avaliação dos alunos, mas é preciso avançar na avaliação e desempenho de todos trabalhadores de educação e dos meios, dos espaços, da escola”, afirma a pedagoga.

O secretário de educação de Arês, município a 50 quilômetros de Natal, Arlindo Barbosa de Araújo, informou por meio da assessoria de coordenação pedagógica, que o baixo desempenho nas últimas duas avaliações do Ideb se deu devido a alta rotatividade de professores, ora pela falta, ora pela substituição dos profissionais por meio da contratação de professores aprovados no concurso público realizado em 2010. 

Somado a isso, em 2013, o segundo ciclo do ensino fundamental – do 6º ao 9º ano – foi fechado no horário noturno. Com vistas a avaliação de novembro, o município tem investido em planejamento pedagógico para os professores dentro do horário, laboratórios de matemática e distribuição de jogos


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