A chegada do tesoureiro do
PT, João Vaccari Neto, à CPI da Petrobras, na manhã desta quinta-feira (9) foi
marcada por inusitado tumulto. Um funcionário da Câmara soltou vários ratos no local
e foi detido por policiais legislativos. Márcio Martins de Oliveira, de um
cargo comissionado no gabinete do segundo vice-presidente da Câmara Giacobo
(PR-PR), foi identicado como responsável por levar os roedores ao local.
Ele foi detido e deve ser demitido ainda nesta tarde.
Antes do cargo junto a Giacobo, Martins trabalhou com Paulinho da Força
(SD-SP).
“Todas as doações que nós
recebemos são escrituradas e registradas junto ao TSE”, disse Vaccari,
respondendo a um questionamento do relator, Luiz Sérgio (PT-RJ). “Durante todo
o período em que eu estive à frente da Secretaria, sempre que fizemos visitas a
empresas e pessoas físicas, isso sempre foi feito de forma legal, dentro da
capacidade de cada doador, e sem nenhum compromisso. Toda essa arrecadação é
prestada contas ao TSE”, voltou a repetir Vaccari.
Ontem, a defesa de Vaccari
obteve um habeas corpus assinado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal, garantindo-o o direito de não depor na condição de
testemunha.
Entre outros direitos, o
habeas corpus isenta Vaccari de assinar um termo de compromisso usual em CPIs,
no qual o depoente se compromete a dizer apenas a verdade.
Graças ao habeas corpus,
Vaccari também pode depor acompanhado do advogado, com quem pode se comunicar
ao longo do depoimento. Ele também poderá permanecer calado, para não produzir
provas contra si mesmo. No despacho, Zavascki alegou que o tesoureiro não
poderia depôr como testemunha por já ser investigado em uma ação penal na
Justiça. Em meados de março, Vaccari foi denunciado pelo Ministério Público
Federal por envolvimento no escândalo do Petrolão.
Antes do início do depoimento,
ativistas que militam pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff
distribuíram panfletos no plenário da CPI. Um deles mostra o rosto de Vaccari
no corpo de uma mulher idosa, numa referência à fala da presidente Dilma de que
a corrupção “É uma senhora idosa” no país.
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