Ao avaliar o pleito eleitoral deste ano, o cientista
político João Emanoel Evangelista destaca a polarização entre as candidaturas
de Henrique Alves (PMDB) e de Robinson Faria (PSD) para o governo do Estado,
assim como de Wilma de Faria (PSB) e Fátima Bezerra (PT) ao Senado. Ao se
referir à candidatura do peemedebista, Evangelista diz que “o bloco de
coligação de Henrique é a expressão mais pura da política oligárquica do Rio
Grande do Norte”, enquanto que “Robinson é uma dissidência oligárquica”. O
cientista político opina, ainda, sobre as candidaturas ao Senado; a exclusão da
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) do processo eleitoral; e sobre renovação a
Câmara dos deputados e Assembleia Legislativa. Confira os principais trechos:
AVALIAÇÃO DO PLEITO
A Ciência Política não
trabalha com previsão. Ela trabalha com tendência e dados. Então o que nós
podemos fazer é uma avaliação a partir dos indícios revelados, por exemplo,
pelas pesquisas eleitorais recentemente veiculadas, pelas inserções dos
partidos e pelas convenções. Na minha avaliação, das cinco candidaturas, nós
vamos ter uma eleição em que na verdade a disputa vai ocorrer entre as duas
principais coligações, a do deputado Henrique e a do vice-governador Robinson
Faria. Na minha avaliação, a eleição será polarizada por razões bem objetivas.
Das três candidaturas, do PSOL, do PSTU e do PSL, elas têm perfis
diferenciados. Mas todas elas têm restrições de ordem muito semelhantes: têm
pouco tempo de TV e rádio, têm pouco recurso financeiro e com isso você
dificulta muito a capacidade dos partidos e seus candidatos apresentarem-se
como candidatos viáveis ou que disputem em igualdade de condições a eleição.
Quando você compara a coligação de Henrique e a coligação de Robinson, o tempo
de rádio e televisão e os recursos do fundo partidário.
DISCURSO DE MUDANÇA
Acho que o grande debate vai
ser esse, mas também, ao lado disso, o grande debate vai estar em torno da
mudança. Acho que se a gente analisa as inserções do PMDB na televisão, o PMDB
parece propor-se como o partido ou a coligação que fará as mudanças no Rio
Grande do Norte, e aí eu vejo um grande problema, que é o problema que o bloco
de coligação de Henrique é a expressão mais pura da política oligárquica do Rio
Grande do Norte. Todas as grandes lideranças de caráter oligárquico estão
aglutinadas na candidatura de Henrique. Todos os ex-governadores estão
coligados e apoiando Henrique. Então vai ser muito difícil Henrique tornar
crível para o eleitor que ele e a sua coligação representará uma mudança no Rio
Grande do Norte. Além do mais, parece que há outro complicador, que é
exatamente o estigma do acordão, que vai ser um dos problemas principais que a
campanha do deputado tem para superar; além disso, apesar do deputado Henrique
ser um deputado sempre bem votado nos pleitos proporcionais, quando ele
disputou as eleições majoritárias, ele foi derrotado por duas vezes, e há uma
rejeição, já identificada nas pesquisas de opinião que foram recentemente
publicadas, que vai ser outro problema para ele. Além disso, eu vejo outro
complicador para a candidatura de Henrique, que é exatamente a aliança do PMDB
com o PSB, que vai criar um curto-circuito na disputa política municipal.
Porque nas cidades você tem uma polarização de dois grupos políticos, e esses
grupos políticos dificilmente fazem alianças, porque eles se caracterizariam
como uma situação local, quer dizer, como é que você vai administrar isso? É um
problema a mais para ser administrado pela campanha do deputado Henrique.
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