Olho D'água do Borges/RN -

Sertão: Entre a esperança das chuvas e o medo de uma nova seca

O cenário no interior do Rio Grande do Norte mudou nas últimas semanas. A chuva que caiu em todas as regiões do Estado transformou a paisagem em poucos dias. O cinza da vegetação sem vida deu lugar ao verde que salta aos olhos, as nuvens surgiram e o cheiro de terra molhada anima os agricultores. À primeira vista, a impressão de que a severa estiagem deu uma trégua aos potiguares convence, porém essa ainda não é a realidade. As últimas chuvas amenizaram o sofrimento, mas não garantiram, por exemplo, o abastecimento dos reservatórios. Agricultores e pecuaristas temem que o período de chuvas seja muito curto e a “seca verde” castigue a produção.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) registrou, até a última segunda-feira, um bom volume de chuvas em todo Estado. O maior acúmulo foi no município de Major Sales, a 427 quilômetros de Natal. Lá, o registro é de que já caiu 626,1mm de água. Na outra ponta da lista, está Japi, a 134 quilômetros da capital, onde choveu apenas 32,6mm. A chuva trouxe esperança para o homem do campo e foi a responsável pelo surgimento de pasto e sangria de pequenos açudes na região Oeste.

Mas as precipitações, até o momento, não chegaram a mudar de forma efetiva a realidade nos rincões do  Estado. Na última terça-feira, a TRIBUNA DO NORTE  percorreu parte do Seridó e região Central do RN e ouviu o relato de pecuaristas e agricultores. Há uma dualidade de sentimentos: esperança e medo. “A chuva deu uma aliviada. A gente não tinha nem onde levar o gado para comer. Agora, tem. Mas se não chover mais, tudo vai se perder”, resumiu Pedro de Brito, 49 anos, pequeno criador no município de São José do Seridó.


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