Meteorologistas de todo o Nordeste se reuniram esta
semana em Campina Grande (PB) para analisar as condições do tempo e traçar as
primeiras previsões para o ano de 2013. O encontro aconteceu no período de 17 a
19 deste mês e contou ainda com a presença de representantes do Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (CPTEC/INPE), de São Paulo, responsável pelos estudos sobre a
previsão do tempo.
O meteorologista e professor
da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), professor José Espínola,
esteve presente no encontro. Segundo ele, a previsão preliminar mostrou que no
período de janeiro a março devem ocorrer precipitações chuvosas entre a média
ou em nível abaixo da média, ou seja, a perspectiva é de que nem seja tão seco
como este ano e nem tão chuvoso em outros anos. As primeiras análises indicam
ainda que a distribuição das chuvas será irregular, o que significa que pode
chover muito em uma cidade e não chover em outra. Essa é uma característica de
um período chuvoso de precipitações médias.
Segundo Espínola, o nível de
confiabilidade dessa primeira previsão é pequeno e deve ser aprimorado, com a
realização das futuras reuniões. Ele informa que, a partir de agora, as
reuniões serão realizadas mensalmente. Em janeiro, o encontro ocorre em
Fortaleza, em fevereiro a reunião acontecerá em Natal e em março será realizada
em Recife.
O meteorologista explica que,
para ter previsões mais precisas, será necessário esperar que a temperatura do
oceano se defina, pois a água que banha a costa do Rio Grande do Norte e do
Ceará está fria e para o período chuvoso ser bom é necessário que elas se
aqueçam.
Em fevereiro, a zona de
convergência intertropical, que é uma camada de nuvens que se forma na costa do
Ceará e Rio grande do Norte até o Maranhão, é quem deve definir as chuvas de
inverno, que, na nossa cidade, costumam cair no horário da tarde.
De acordo com Espínola, o
nosso período de chuvas vai de fevereiro a maio. Ele lembra ainda que o verão
começa hoje, mas, como a nossa região está localizada acima da linha do
Equador, com uma concentração de raios solares, praticamente, igual durante
todo o ano, as mudanças de estação não apresentam muitas variações, como
acontece no Sul do País.
De acordo com Espínola, as primeiras
previsões, realizadas no final de dezembro de 2011 e início de janeiro deste
ano eram otimistas, porém, o tempo muda muito, sobretudo, por causa das
mudanças nas condições climáticas.
O meteorologista comenta ainda
que as chuvas de dezembro e janeiro não são características do nosso inverno,
são chuvas provenientes do restante das frentes frias que ocorrem no Sul do
Brasil.
SECA – Durante a reunião
realizada em Campina Grande, cada profissional apresentou a situação do Estado
que estavam representando. A constatação é de que a seca assolou todos os
Estados. Além disso, eles analisaram modelos de previsão de diferentes
institutos, uma vez que as instituições meteorológicas de outros países também
têm interesse no que acontece no Nordeste brasileiro.
Em 2012 choveu 199 mm em
Mossoró, no período de janeiro a abril. Um índice bastante inferior à média,
que é de 680 mm por ano. Por isso, este ano é classificado como um dos anos
mais secos de todos os tempos.
Espínola comenta que, de
acordo com a escala meteorológica, a classificação é a seguinte: muito seco,
seco, moderadamente chuvoso, chuvoso e muito chuvoso. A nossa situação é
classificada como muito seca.
Fonte: Gazeta do Oeste
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